Aproveitando o clima da quadra festiva que há pouco vivemos, achei por bem dar conta sobre o natal que passei por aqui.
Apesar de a cidade ser pequena e “provinciana” (vide o último artigo), paira um halo de natal europeu ou americano (como dos filmes que empesteiam a programação de fim de ano da Rede Globo). Pois bem, paira este clima – creio – principalmente por causa do tempo frio. Ainda que não haja neve, sobretudos e cachecóis compõem uma paisagem que não é comum no Brasil, mormente nessa época do ano. E há ainda aquelas indefectíveis melodias executadas nas praças e ruas de comércio.
Pois eu estava ouvindo rádio dia desses e a apresentadora de um programa de amenidades anunciou que um astrólogo qualquer fizera lá uns cálculos e que a data real do aparecimento da estrela que guiou os magos a Belém estava errada em seis meses, de modo que o natal deveria ser comemorado em junho ou julho, nem sei mais... enfim, um monte de bobagens que só tem lugar nesse tipo de programa à la Ana Maria Braga.
Fato é que, após a apresentação da tese do tal astrólogo, a apresentadora fez comentários do tipo: “quão esquisito seria comemorar o natal em junho, em pleno verão europeu”. Dizia ela ser inimaginável o Pai Natal com aquela roupa toda a entrar por lareiras no calor, consumir comidas pesadas, nozes e frutas secas em junho. Vejam que lucidez óbvia! No entanto parece não ser tão óbvio para muitos no Brasil, pois aí tem lugar, todo ano, esse natal surreal que fez a radialista daqui se encher de sarcástica incredulidade. Há alguns anos escrevi sobre isso no Jornal Observador (o artigo se chamava, salvo engano, “Papai Noel brasileiro”), na esteira de criticar nossa atitude passiva em face da importação de valores e costumes estrangeiros. É lógico que essa festa se tornou quase universal, mas os contornos com o quais se apresenta no terceiro mundo não são os mais adequados à realidade, seja climática ou de cosmovisão. Mesmo ao imaginário infantil se faz imperativo achar uma solução plausível para a ausência de chaminés nas casas, por exemplo. Nas crianças, pois, ainda se salva alguma criatividade e autenticidade.
E é aqui que gostaria de saudar meus amigos pelo sempre brasileiro natal que passamos juntos já desde alguns anos: churrasco e chope (que por aqui se chama “fino” ou “imperial”), sem quaisquer frutas secas ou nozes ou algum palhaço de vermelho e com barbas postiças; embora com essa turma reunida todos sejam meio crianças, talvez daí nossa autenticidade.
Sinto não ter estado aí este ano. Mas para 2009 contem comigo, pois sei que o Brasil ainda tem lugar no sítio do Alecão.
Apesar de a cidade ser pequena e “provinciana” (vide o último artigo), paira um halo de natal europeu ou americano (como dos filmes que empesteiam a programação de fim de ano da Rede Globo). Pois bem, paira este clima – creio – principalmente por causa do tempo frio. Ainda que não haja neve, sobretudos e cachecóis compõem uma paisagem que não é comum no Brasil, mormente nessa época do ano. E há ainda aquelas indefectíveis melodias executadas nas praças e ruas de comércio.
Pois eu estava ouvindo rádio dia desses e a apresentadora de um programa de amenidades anunciou que um astrólogo qualquer fizera lá uns cálculos e que a data real do aparecimento da estrela que guiou os magos a Belém estava errada em seis meses, de modo que o natal deveria ser comemorado em junho ou julho, nem sei mais... enfim, um monte de bobagens que só tem lugar nesse tipo de programa à la Ana Maria Braga.
Fato é que, após a apresentação da tese do tal astrólogo, a apresentadora fez comentários do tipo: “quão esquisito seria comemorar o natal em junho, em pleno verão europeu”. Dizia ela ser inimaginável o Pai Natal com aquela roupa toda a entrar por lareiras no calor, consumir comidas pesadas, nozes e frutas secas em junho. Vejam que lucidez óbvia! No entanto parece não ser tão óbvio para muitos no Brasil, pois aí tem lugar, todo ano, esse natal surreal que fez a radialista daqui se encher de sarcástica incredulidade. Há alguns anos escrevi sobre isso no Jornal Observador (o artigo se chamava, salvo engano, “Papai Noel brasileiro”), na esteira de criticar nossa atitude passiva em face da importação de valores e costumes estrangeiros. É lógico que essa festa se tornou quase universal, mas os contornos com o quais se apresenta no terceiro mundo não são os mais adequados à realidade, seja climática ou de cosmovisão. Mesmo ao imaginário infantil se faz imperativo achar uma solução plausível para a ausência de chaminés nas casas, por exemplo. Nas crianças, pois, ainda se salva alguma criatividade e autenticidade.
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Um comentário:
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