Do porquê deste blog e seu título

Olá amigos, sejam bem-vindos ao Barco no Peito!

Quem me conhece um pouquinho sabe que não gosto de ficar muito tempo em frente ao computador. Fazer - e principalmente manter - este espaço, portanto, será um desafio particular.
O objetivo do Blog é ser uma espécie de diário de viagem, espaço onde eu possa partilhar com amigos, alunos e demais curiosos um pouco das minhas impressões, da minha pesquisa, enfim, da minha experi(viv)ência em Coimbra durante esses quatro meses em terras d’além mar. (01/11/08 - 28/02/09)
Estou deixando no Brasil meus pais (de quem nunca fiquei longe mais que dez dias), minha companheira Luciana e meu pequenininho, Joaquim Diogo, de apenas seis meses.
Sei... não, não sei... mas imagino, o quanto esse período será difícil para todos. No entanto, a semente da vontade de construir o conhecimento, plantada lá na graduação em Letras, precisava de novos ares para continuar se desenvolvendo.
Sei – ah, isso eu sei mesmo – que esse investimento todo, de dinheiro e de esforços de várias pessoas, não me proporcionará grande retorno financeiro, ainda que seja de enorme valia para meu currículo profissional. O que me move, à vera, é a vontade de crescimento cultural e intelectual, a vontade de saber, de conhecer coisas novas e de, através de minha pesquisa, “pensar o novo”. Mas essa não é uma vontade egoísta de um conhecimento para mim: mesmo antes de ir, já fico antecipando o quanto poderei partilhar com meus alunos e amigos quando voltar. E o que mais antecipo e espero é que um dia JD tenha orgulho do que faço.

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Agradeço a todos que de algum modo contribuíram e contribuem para que esse projeto esteja a se realizar: minha família, minha orientadora Dra. Cleide Rapucci e a Catarina, da secretaria de pós da UNESP/Assis, meu co-orientador, Dr. Pires Laranjeira, da Universidade de Coimbra e finalmente a CAPES, cujo apoio financeiro (bolsa sandwich) será imprescindível nessa empreitada.

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Ah... o título...
De início pensei em dois nomes para o Blog: “Viver Coimbrão” (o qual a Luciana achou horrível) e “A minha pátria é a língua portuguesa” (frase das mais famosas de Fernando Pessoa), no entanto já existem outros blogs com este nome.
Batizei então o Barco no Peito, inspirado num provérbio macua (grupo étnico do norte de Moçambique) que serve de epígrafe ao conto O pescador cego, de Mia Couto, autor que estudo. No conto, após anos de labuta, um pescador já não pode mais sair para a lida no mar, pois ficou cego. Permanece na areia, vagueando e remexendo as escumas.
O que o provérbio está a dizer é que não é preciso embarcar... o navegar prescinde de distância geográfica e mesmo de barco, afinal o aparato para nossas viagens está senão em nós mesmos.
Fraterno abraço a todos!